Ville e Migé em entrevista pra Metal Hammer

Na revista Metal Hammer deste mês, saiu uma entrevista com Ville e Mige, dos HIM :



Um ano depois do seu último trabalho, "Dark Light", os HIM regressão ao mundo fonográfico com mais força do que nunca com seu novo álbum "Venus Doom", uma grande obra, definida pelo vocalista como o seu melhor trabalho.
Neste ano os HIM estão com uma agenda bastante ocupada. Primeiro fizeram apresentações com os Metallica; logo depois embarcaram para os Estados Unidos junto com Linkin Park e My Chemical Romance para o Projekt Revolution 2007.


"Foi uma honra para mim tocar com uma banda de tanta história como os Metallica. Estivemos com eles em cinco concertos, e foi uma experiência única."


O carismático vocalista do HIM, Ville Valo, trocou sua vida de rock star por algo mais sano. Ville confessou que esteve internado durante um mês num centro de reabilitação em Malibú, Promises, desintoxicando-se com estrelas norte-americanas como Lindsay Lohan. Agora, completamente três meses sóbrio, está em Madrid com seu companheiro de banda Migé Amour para apresentar o Venus Doom.



Antes de tudo, Ville, queria perguntar se estás feliz por ti mesmo depois de passares pelo centro de reabilitação?

Ville: Estou muito bem, fantástico, muito obrigado! Não aparento? Agora sinto-me muito melhor comigo mesmo, mais livre, menos deprimido... era algo que eu realmente necessitava.



Como foi o Projekt Revolution nos Estados Unidos?

Mige: Foi muito bom, alguns grupos com que tocamos já eram amigos, e foi muito bom ver os Estados Unidos. É um grande deserto para se perder...
Ville: Sim, foi uma boa experiência, especialmente porque tocamos as 5 horas da tarde e tivemos muito tempo livre, na minha opinião.
Mige: Bah, isso porque queres ficar no hotel sem fazer nada!
Ville: Sim, sou um jovem melancólico incurável que quer sempre estar sozinho. (risos)



Vamos falar sobre o novo álbum, Venus Doom. A capa é um quadro pintado por David Harouni que tu compras-te na galeria de Nova Orleans. O que esse quadro tem que tanto te chamou a atenção a ponto de colocá-lo como capa do disco?


Ville: Hmmm... encontrei algo secreto naqueles quadro, como no filme Código da Vinci, "o segredo está no quadro", é exactamente igual. Essa mulher atraiu-me quando a vi, apoderou-se de mim e compreendia-me... algo secreto. É isso, não me perguntes o que é secreto porque não sei. Simplesmente sei que ela é Venus Doom.



No Venus Doom há músicas muito mais instrumentais que em álbuns anteriores, se permite, deu um novo ar a sua música. O que acha disso?

Ville: Penso que no estúdio de gravação havia muita ventania e por isso decidimos dar um novo ar a nossa música. (risos)
Mas, sim, mudamos bastante... tentamos fazer algo parecido com Black Sabbath.



Ville, li que o Venus Doom é o álbum mais pessoal, e que escreveste quando fazias terapia no ano passado. Kiss Of Dawn é uma homenagem ao teu amigo que cometeu suicídio. E Venus Doom, é mais realista e sincera?


Ville: Hmmm... Não. Para mim, todas as letras que componho são realistas e sinceras. Não tem que necessariamente reflectir sobre os meus sentimentos mais obscuros, cada um pode entender da sua maneira. Em Venus Doom podia-se dizer que há uma combinação entre opostos, explica basicamente como entrar e sair do seu próprio inferno quando se está num total vazio cada vez mais profundo.



Nos Estados Unidos o novo álbum promete. As vendas antecipadas aumentaram cinco vezes em relação ao Dark Light, e Venus Doom está entre os 12 mais vendidos. Eram essas suas expectativas para esse novo álbum?


Ville: Não muito... quando se lança um novo álbum é sempre um perigo a correr, nunca sei como o público vai reagir, e que impacto vai ter.
Mige: Nós estamos muito satisfeitos com o novo trabalho, ainda bem que muita gente gostou também. Mas é sempre interessante receber críticas.



Fale-me sobre a música Song or Suicide... é uma música de um minuto e 10 segundos, de forma acústica, no mínimo, diferente.

Ville: Tínhamos 8 músicas para o disco e parecia-me muito pouco. Assim, um dia no hotel, compus "Song or Suicide", e lá mesmo gravamos e decidi colocar no Venus Doom.



Foi algo precioso.

Ville: Muito obrigado (risos). É um desses momentos, sabes, que sentes uma vontade imensa de compor alguma coisa.




Quando saiu o Dark Light, muitas pessoas pensaram que a banda tinha perdido os sentimentos, e a força que sempre a caracterizaram. Agora, vocês estão melhor e produziram um som com mais cuidado. Mas mesmo assim, muita gente que se diz conhecedor de música, não gostam da música e ainda diz que HIM é uma banda com falsos sentimentalismos. O que vocês acham disso?


Mige: Isso é algo que nos perguntam muito desde 1999. É claro que nunca se pode agradar a todos. Nós temos músicas a oferecer, e podes gostar ou não gostar. Nós respeitamos a opinião de todos. Quanto ao Dark Light, acho que nunca se deve esperar que um disco saia igual a outro, porque assim não teria sentido lançar um novo.

Ville: Exacto. Eu creio que o HIM está no caminho certo. Com tempo, muita gente está a entender o significado de nossa música.